CBN BRASIL

Wednesday, November 27, 2013

Mãe de Joaquim diz que morte do garoto interessava a padrasto

Pela 1ª vez, Natália diz que achava que Longo havia sequestrado menino.
Casal está preso há 17 dias; ele presta novo depoimento nesta quarta-feira.


A mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, morto em Ribeirão Preto (SP), disse que não contou à polícia sobre o perfil agressivo e ciumento do companheiro, antes do corpo do garoto ser encontrado no Rio Pardo, porque acreditava que ele tivesse sequestrado o enteado. A declaração da psicóloga Natália Ponte está em um novo trecho do depoimento prestado por ela à polícia no dia 18 de novembro e divulgado pelo Ministério Público.
Na mesma ocasião, Natália também disse que a morte de Joaquim interessaria ao companheiro, o técnico em TI Guilherme Longo porque, após o menino ser diagnosticado com diabetes, o ex-marido dela e pai de Joaquim, o produtor de eventos Arthur Marques, telefonava diariamente para saber notícias do garoto. Por fim, a mãe afirmou que acredita que Longo matou Joaquim.
"A quem poderia interessar a morte do Joaquim? Por que? Respondeu que não interessaria a ninguém, porém, acredita que a morte de Joaquim interessaria ao Guilherme, pois ele tinha muito ciúmes do Arthur, pai de Joaquim, e, depois que o Arthur ficou sabendo da doença do Joaquim, lhe telefonava duas ou três vezes por dia, o que deixava o Guilherme com bastante ciúmes”, consta nos autos.
Ainda nesse depoimento, Natália afirmou não acreditar na versão de que o filho tenha sido sequestrado por terceiros na madrugada de 5 de novembro e disse, pela primeira vez, crer que Longo tenha matado Joaquim. “O cachorro diz tudo”, teria respondido a mãe aos investigadores, fazendo menção aos cães farejadores da Polícia Militar, que indicaram que o menino e o padrasto fizeram o mesmo percurso, do imóvel até um córrego a poucos quarteirões, onde a polícia suspeita que o corpo de Joaquim tenha sido jogado.
Considerados suspeitos pelo sumiço e morte do menino, Natália e Longo estão presos há 17 dias e devem permanecer detidos, pelo menos, até 10 de dezembro, quando termina o prazo da prisão temporária, expedida pela Justiça. Eles alegam inocência.
Nesta quarta-feira (27), o padrasto prestará um novo depoimento à polícia, o primeiro após a reconstituição do desaparecimento do garoto, na última sexta-feira (22). O advogado dele aguarda a decisão sobre um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Natália diz que, antes do corpo de Joaquim ser encontrado, achava que Guilherme havia sequestrado garoto (Foto: Reprodução/Polícia Civil)Natália diz que, antes do corpo de Joaquim ser encontrado, achava que Guilherme havia sequestrado garoto (Foto: Reprodução/Polícia Civil)
Outras declarações
Natália também afirma à polícia que só soube que o Longo havia saído de casa na madrugada do desaparecimento de Joaquim, para comprar drogas, após a chegada dos policiais militares, durante a manhã. "Assim que não encontrou o Joaquim, perguntou ao Guilherme se ele tinha feito alguma coisa ou se havia saído com o Joaquim, tendo ele respondido negativamente."
Ao contrário da versão defendida pelo padrasto de Joaquim, de que o garoto foi sequestrado dentro de casa, a mãe do menino disse à polícia que não acredita que a residência da família tenha sido invadida na madrugada de 5 de novembro.
"Ao despertar, o garoto poderia ter saído no alpendre da casa? Respondeu que não, uma vez que estava escuro e chovendo, pois ele só abria a porta durante o dia e quando tinha alguém no lado de fora. Mesmo na chuva, Joaquim poderia ter ido até o portão da casa? Respondeu que não, pois estava escuro e chovendo", consta nos autos da polícia.
Ao ser questionada pelos investigadores sobre ter dormido durante toda a noite do sumiço de Joaquim, Natália respondeu que, na época, sentia muitas dores de cabeça em razão de ficar acordada durante a noite esperando Longo, que saía para fazer uso de cocaína. Por isso, tomava remédios para dor, "sendo que, na maioria das vezes, era o Guilherme que lhe dava o comprimido."
Natália Ponte chegou à delegacia por volta das 11h desta sexta-feira (Foto: Eduardo Guidini/G1)Natália Ponte já prestou depoimento cinco vezes desde que foi presa, há 17 dias (Foto: Eduardo Guidini/G1)
O caso
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), na madrugada de 5 de novembro. O corpo foi encontrado cinco dias depois, boiando no Rio Pardo. Ele foi enterrado na segunda-feira (11), em São Joaquim da Barra (SP), cidade natal da mãe.
A polícia suspeita que Joaquim, que era diabético, tenha recebido uma alta dosagem de insulina, e que teria o levado à morte.O promotor que acompanha o caso, Marcus Túlio Nicolino, afirmou que a polícia e o Ministério Público continuam trabalhando com ‘a linha de que o assassino estava dentro da casa’. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), porém, não é possível determinar a causa da morte da criança.

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