Rojões sobre a democracia
Ou o político é um agente executivo disfarçado de agente legislativo, ou é suficientemente inepto para gerir a coisa pública. O segundo princípio é a observação de que, mesmo que não seja toda esta a catástrofe anunciada, há evidentes dificuldades econômicas. Tudo bem, todos os países sofrem ciclotimias financeiras no mundo tido como globalizado. O insuportável é a manipulação e a camuflagem, guiadas pelo apetite eleitoral. Os brasileiros querem ser tratados como adultos e saber de todos os detalhes de como anda a economia do país. Isso é importante para poder escolher quem assume os erros. E também saber que não faz mais nada do que a obrigação quando acerta.
Um dos princípios caros à democracia é que as pessoas, representadas no poder, pudessem elaborar as leis e diretrizes de acordo com as necessidades destas mesmas pessoas.
Há muito isso deixou de acontecer.
O aumento abusivo de impostos, as medidas impostas goela abaixo, abuso da propaganda, uso aético dos recursos públicos, as decisões que mascaram as informações e medidas tomadas de improviso para poder conquistar mais um pleito são todas elas incompatíveis com a vida democrática.
Por isso está difícil enxergar o “pleno Estado de Direito” que deveria ter sido uma das conquistas efetivas em uma regime democrático. As decisões arbitrárias aceleram perigosamente a sensação de que chegamos a um lugar sem saída.
Fica clara a tentativa de intimidar e controlar a opinião pública, de jogar o povo contra os tribunais, de fazer coro contra as instituições que ainda funcionam em seu papel essencial de fiscalizar e cobrar dos governos as ações que dele se esperam. A rigor, a única oposição de fato ao regime em curso é o Poder Judiciário. E assim deve continuar a ser, já que o Legislativo não consegue cumprir seu papel regulador e sacrificou sua autossuficiência para votar projetos escandalosamente tutorados pelo Executivo.
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