Levar população de baixa renda aos estádios é desafio pós-Copa, diz Rebelo
"Isso seria contrariar a própria filosofia e natureza do futebol, que tem prestígio e é abraçado no Brasil e no mundo porque é uma projeção do imaginário da igualdade. É o único espaço do mundo em que o Irã pode ganhar dos Estados Unidos sem sofrer nenhuma retaliação ou ameaça, e onde Israel e Palestina desfrutam do mesmo status. Futebol é isso, e isso não pode ser mudado. Isso se garante também com a presença da população de baixa renda nos estádios", disse o ministro.
Rebelo defendeu a diversificação da receita nos estádios, como uma saída para dar maior viabilidade ao funcionamento. Ele afirmou que se reuniu com dirigentes de clubes e operadores das arenas para analisar as fontes de renda e financiamento, e uma das medidas que estão em estudo é o subsídio cruzado, em que a população de renda mais baixa pagaria um ingresso mais barato que a de renda mais alta, mas nada está definido: "Sem que haja um estudo completo, não se pode falar em medida concreta", afirmou.
Reportagem publicada ontem (1º) pela Agência Brasil mostrou que cidades que já deixaram de receber jogos da Copa ainda estão definindo um plano de sustentabilidade para seus estádios e enfrentam, para alcançar equilíbrio nas contas, baixa média de público nos jogos de futebol locais, com relação à capacidade construída, e alto custo de manutenção do equipamento, o que deve encarecer o preço dos ingressos.
O ministro também defendeu a melhoria da gestão esportiva, "para que o futebol brasileiro seja também um dos grandes protagonistas do futebol mundial, como os nossos clubes já foram, e como a nossa seleção continua sendo". Ele disse que a média de público no país é mais baixa que em outros em que o esporte é menos tradicional, como Estados Unidos e China. "É preciso elevar a participação brasileira no PIB [mundial] do futebol. É inaceitável que o país que é protagonista do esporte dentro das quatro linhas tenha um desempenho abaixo de sofrível fora de campo"
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