Torcedores cordiais, eleitores bestiais
O mesmo torcedor que encantou os turistas envergonhou a nação ao xingar
a presidente
Há duas semanas, Dilma Rousseff reuniu 16 de seus 39 ministros para alardear que a tal “Copa das Copas” foi, por assim dizer, o êxito dos êxitos, graças ao governo federal, que seria, por assim dizer, o governo dos governos. Dilma exagera? Certamente. Mas não é a única. A oposição exagera mais.
Tão logo ela proclamou suas monumentais maravilhas desportivas, expoentes oposicionistas acorreram aos microfones para declarar que o mérito pelo sucesso do campeonato que a Fifa fez no Brasil não é do Palácio do Planalto de jeito nenhum, mas da iniciativa privada, que construiu os estádios, e do povo brasileiro, que animou a festa toda. Haja exagero. Haja cinismo. A iniciativa privada não precisou sequer ter iniciativa. Só entrou nessa porque a iniciativa foi do governo, que fez chover dinheiro público nos gramados. Agora, depois que a Copa deu certo, a mesma oposição que bombardeou quanto pôde o uso do Erário nas obras bilionárias vem acusar o governo de não ter feito nada. Se quisesse demonstrar um mínimo de coerência, teria de reconhecer que o Estado brasileiro ajudou, nem que tenha sido só pela generosidade dos financiamentos faraônicos, mas ajudou.
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