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Wednesday, October 22, 2014

Como era a vida no Brasil da hiperinflação?

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Caótica! Entre a década de 80 e 90 os preços de produtos e serviços brasileiros subiram absurdamente. Para viver nessa época, além de gastarem todo seu salário rapidamente, as pessoas criaram hábitos que perduram até os dias de hoje, como o de fazer compras do mês.
Tá todo mundo louco
Problema afetou hábitos de consumo
PASSA A RÉGUA
Havia muita insegurança: não se sabia se o dinheiro seria desvalorizado com o passar dos dias. Por isso, muitas pessoas, principalmente as mais pobres, assim que recebiam o salário do mês, corriam para os supermercados para comprar tudo que pudessem. Enchiam os carrinhos e esvaziavam os bolsos em um único dia
FURA-FILA
Ao primeiro anúncio de alta de preços, todos temiam que tudo pudesse subir e, então, saíam correndo para as compras. Isso, é claro, causava filas gigantescas em diversos estabelecimentos, de mercados a postos de combustíveis
TEM, MAS ACABOU
Supermercados remarcavam diariamente os preços dos produtos. Era comum, ao pegar algo na prateleira, notar que havia etiquetas e etiquetas de remarcação de preços, umas sobre as outras - apontando para a oscilação do dia. Por muito tempo essa tarefa era feita "na mão", visto que o código de barras como conhecemos hoje só foi adotado no Brasil em 1983
UNS PERDEM...
Em toda crise, alguém sempre lucra. Assim foi com a hiperinflação. Fazer contas era tão necessário que as vendas de calculadoras da empresa brasileira Dismac dobraram em apenas um ano! Os bancos também se aproveitavam da hiperinflação, pois possuíam incentivos econômicos para abrir agências em municípios com poucos habitantes. Entre 1985 e 1994, 1.078 novas agências bancárias foram abertas!
DEU A LOUCA NOS PREÇOS
Jornais da época registravam "Deu a louca nos preços". De acordo com o livro Saga Brasileira, de Miriam Leitão, um fogão de brinquedo poderia custar mais do que um fogão de verdade. Você poderia comprar um blazer de linho ou uma geladeira pelo mesmo valor. Ou escolher entre 42 conjuntos de calcinha e sutiã e um carro zero
ESCONDE-ESCONDE
O corre-corre para comprar tudo que era possível trazia alguns efeitos imediatos: o primeiro era o desaparecimento rápido de alguns produtos das prateleiras. A venda racionada também era frequente entre os comerciantes: para dar conta de atender a todos, cada um só podia levar uma garrafa de leite, por exemplo
PÕE NA DISPENSA
Fazer a compra do mês é um hábito criado pela inflação exacerbada. Como as pessoas temiam não poder comprar tudo o que precisavam se deixassem para o dia ou a semana seguinte, faziam estoques de alimentos em casa. Havia quem comprasse, por exemplo, 20 latas de óleo de uma vez (suficiente para abastecer uma família de quatro pessoas por dez meses!)
PRO MOÇÃO E PRA MOCINHA
Se hoje as pessoas são seduzidas por promoções e compram coisas das quais não precisam, imagine nos tempos de caos econômico. De vassouras a freezers, o que fosse anunciado como oferta era comprado, pois não se podia perder essas oportunidades
O dragão tornou-se símbolo da inflação por ser um monstro enorme, que solta fogo e representa perigo iminente
Na crise econômica dos anos 20 na Alemanha, o dinheiro desvalorizou tanto que algumas pessoas usavam notas no lugar de papel de parede
Preços eram congelados por determinação do governo e os supermercados escondiam alguns itens para forçar o descongelamento
Segundo o livro de Miriam Leitão, um garoto perguntou para a mãe se todos estavam virando bruxos ao ver pessoas saindo com vassouras do mercado
Entre novembro de 1989 e janeiro de 1990, se alguém tivesse estocado alimentos teria um patrimônio 43% maior do que se tivesse investido em ouro!

Como surge a inflação?
A inflação nada mais é que o aumento contínuo de preços de bens, produtos e serviços em uma determinada região durante um período. Nela, ao mesmo tempo que os produtos se tornam mais caros, o poder de compra da moeda nacional diminui. Ela pode surgir quando o governo imprime mais dinheiro do que possui em bens (muito dinheiro disponível para poucos produtos), causando um desequilíbrio econômico, ou porque, por insegurança, comerciantes ajustam os preços ao verem outros aumentarem. A falta de harmonia entre a oferta e a demanda, ou seja muito dinheiro disponível e poucos produtos ou serviços à venda, também pode causar inflação.

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