Na contramão do mundo
Plataforma CONTRAFLUXO produz documentários, textos e fotos de pessoas que trocaram o caos urbano por uma vida desacelerada – e inusitada
Desacelerar, prestar atenção naquilo que não há ninguém olhando. Detalhes que importam e minutos que se ganham ao viver a vida mais devagar – ou no fluxo contrário da multidão. É sobre isso que fala o Projeto CONTRAFLUXO, uma idealização do casal de documentaristas Christiana Bernardes e Daniel Todeschi, mineiros de Belo Horizonte, eles vivem há 12 anos em São Paulo trabalhando no mercado audiovisual.
Cansados da vida desgastante de SP, em 2010 eles começaram a levar a filha Ana para conhecer o mundo e perceberam que viajar com ela era enriquecedor para a sua educação. “Parecia que a cada viagem ela aprendia mais do que em um ano de escola. Viajar ensina o respeito à diversidade de culturas e de povos, é importante mostrar para a criança as diferentes formas de vida que existem no planeta”, explica Chris.
Por onde passava, a família também percebia a grande quantidade de pessoas que, como eles, já não se identificavam mais com algumas imposições sócio econômicas e formatavam novos conceitos e valores de vida. A família de documentaristas fez do CONTRAFLUXO um projeto de vida, fonte de conhecimento, experiência, aprendizado e ensinamentos. “Mapeamos pessoas e cidades, inicialmente por todo Brasil e depois pelo mundo, e compartilhamos as histórias de pessoas que tem estilos de vida fora do padrão convencional. Em cada lugar visitado, retratamos um morador da região que trocou o caos urbano por uma vida menos estressante, mais sustentável e humanizada”, completa Chris. Pessoas que vivem, à sua maneira, literalmente no CONTRAFLUXO em diferentes lugares do planeta. Atualmente, o projeto é conduzido pela família de film makers, mas também conta com vários colaboradores que escrevem textos para o blog.
“O projeto CONTRAFLUXO começou em 2012 e, a partir dai, quando começamos a fazer registros em foto, vídeo e texto de pessoas que buscavam viver num ritmo mais suave, em slow living”. Slow living é o termo usado para determinar um comportamento humano focado em valorizar mais as experiências e as vivências da existência, em contraposição à valorização exagerada do bem material. “Entende-se por CONTRAFLUXO toda e qualquer atitude de sair do lugar comum e buscar uma outra trilha a seguir”, pondera a fundadora.
Em 2015, finalmente o site estava no ar. Em sua 1a temporada, o Projeto CONTRAFLUXO produziu conteúdo durante expedições na Chapada Diamantina, no Uruguai, Espanha, Praga, Jericoacoara, no litoral da Bahia, interior de São Paulo e Minas Gerais. Ao todo, foram mais de 300 fotos, mais de 30 textos e 6 filmes documentários revelando histórias transformadoras de pessoas que mudaram a maneira de conduzir a vida. Os temas abordados vão de inovação em sustentabilidade, espiritualidade x religião à economia criativa, empreendedorismo, economia compartilhada, novas formas de educação e qualidade de vida. O site multimídia produz conteúdo gratuito em vídeo, foto e texto, em publicações são sempre semanais.
“O CONTRAFLUXO retrata, num primeiro momento, pessoas cansadas do estresse urbano, que decidiram abandonar uma vida acelerada em busca de mais simplicidade, de menos consumo e mais sustentabilidade”. São personagens que descobriram um jeito mais suave de viver, criando novas possibilidades de vida e de experiências - coletivas e compartilhadas. Sabemos também que existem muitas pessoas que vivem em contrafluxo dentro dos grandes centros urbanos, e em breve, queremos também mostrar como e o que essas pessoas buscam para ter um estilo de vida mais simples e calmo. Mas em geral, todas elas têm em comum o pensamento de viver em um outro ritmo”, destaca Chris.
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